sábado, 4 de fevereiro de 2012

Sol


Acordei. Abri a janela do quarto e o Sol ainda estava lá. Ele havia me esperado. Pulei a janela e sai correndo de camisola com os pés descalços a grama. Corri, corri. Sentia que ele ainda sorria pra mim. Sorri, mas estava tensa, sabia que tinha que alcançá-lo logo, senão ele poderia ir embora. Da grama, passei para a terra seca quente, depois corri em pedras. Meus pés doíam, mas a minha velocidade me desconcentrava da dor. O Sol ia fugindo de mim, estava com medo de perdê-lo. Corri, corri, no horizonte ele começava a se esconder. Passei pela areia, passei pela lama. O vento me ajudava a chegar mais rápido, até que cheguei ao mar. Meu corpo já não era corpo. Min'alma era mais forte e carregava meu corpo. Respiração. Ar, ar, ar. Nadei, nadei, nadei. Faltando ar. O Sol mergulhou. Mergulhei. Só escuridão. Onde estava sua luz?  Onde estava sua luz? Voltei à superfície. Virei para todos os lados, não o encontrava. No céu rastros do Sol. Cores vivas, cores mortas. Olhei para trás e vi o quanto nadei.  Nada do Sol. Pensei que ele pudesse estar nas profundezas do mar. Respirei e mergulhei com a esperança que o encontraria.


por Animula, sem Sol

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