quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Apaga

Cala e dorme
é o melhor que fazes agora
Cala e fecha os olhos
sonha um bom sonho
Pode chorar
chora, faz bem
Esquece o mundo
Esquece tudo
Apaga
Não olha
Não fala
Esquece
Apaga
Mundo
Mudo
Nada

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Chorar sem lágrimas...

Chorar sem lágrimas, porque antes que elas caiam de seus olhos, o vento as seca, mas o choro continua latente, no corpo, no rosto, na alma...

Estrelas cadentes

Em meio à escuridão, ao mar, à areia, à multidão
vejo só meu céu azul escuro estrelado
cada estrela com seu brilho em meus olhos

Minutos, horas, olhando o céu
agora, cada estrela tem sua cor
busco,
em busca,
busco sempre
estrelas cadentes
brilhantes
que me tragam
que me tragam
o que eu não sei o que desejo


Marina em dez/2011

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Olhos sem olhos

Olhos vendados
Escuro
Olho o escuro
Tateio o nada
Onde?
Nada.

Para onde foi toda aquela energia
dos olhos do horizonte?
Olhos que olhavam brilhando
Não olham mais
Não sentem mais
Olhos, onde olho?

Olho para um olho
fundo branco de cor sem cor
Cor sem cor?
Cor que descoloriu.
Olhos sem olhos.

Por Marina Mapurunga em dez/2011.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Máscara...

Máscara cinza caindo pro azul
Máscara sorridente
Máscara de sonhos
Máscara de fantasias
Máscara de uma cara a mais
Mais máscaras
Minha máscara cai
molhada por lágrimas
no chão que eu chovi.
Chovi... cinza das cinzas tortas
lágrimas de açúcar amargo
do mar, mar que eu perdi.



Por Marina Mapurunga, no início de um incerto novembro...

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

... que distanciam...que me carregam...

Imagens que distanciam
Imagens que aproximam
Imagens que distanciam
Imagens que aproximam
Sons
Sons que aproximam
com suas vibrações
com seus sentimentos
Imagens que distanciam
Imagens que aproximam
Imagens que distanciam
Imagens que aproximam
Sons
Sons
Sons
Sons que me envolvem
Imagens que distanciam
Imagens que aproximam
Imagens que distanciam
Imagens que aproximam
Sons
Sons
Sons
Sons que me carregam

Solo

Hum...

De onde vem esse som?
Não vejo sua fonte.
Várias pessoas estão encobrindo-o de mim.
Concreto cobre também.
Ou será que se esconde?

Suaves sons
que me carregam
de onde vem?
Não sei.

Sons que chegam a mim
com suas vibrações
em meu corpo

Som esse, ser humano:
toques
sentimentos
que choram

Que cor tem esse som?
Verde? Azul talvez...
Será que...?
Não...
O som pára...
Onde está?
Está ainda aí?

Se perdeu?
Ou eu o perdi?
Ninguém o perdeu.
Está por aí.
Nas mãos,
nos sentimentos
de alguém.


por Marina Mapurunga, escrito em uma noite tranquila de fim de outubro, relembrando um som tocado por alguém em algum lugar...

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

tentativa de fazer um poema alegre estando triste

tentativa de fazer um poema alegre estando triste

..
..
.
.
.... conseguirei...
é ruim.. mas vou conseguir...
dói a cabeça...
..
..
.....

não consigo realmente escrever nada...
nem alegre, nem triste, nem indiferente...

nada
vazio
cabeça explodindo
olhos doloridos
zumbidos nos ouvidos
corpo fraco
não.
não consigo...

talvez não consiga devido a dor...
colocarei minhas desculpas na dor que sinto...

tentarei uma próxima vez...

agradeço a compreensão de ler isto até aqui.

até mais.

marina.

você não vive.

seres irreais.
eu irreal?
vazio
vazios.
não.
tem algo.
sim.
percebi isso
hoje
em você
em você?
em mim.
tem algo.
por que temer?
boba
você.
nós somos bobas.
tolas.
que se enganam.
nos enganamos.
pra quê?
gostaria de saber o por que de sua tolice. 
pra que ter medo de viver?
será que você realmente valoriza sua vida?
você não vive.
querida,
você não vive.

vazia.

nada a escrever
sou uma pessoa vazia.

domingo, 23 de outubro de 2011

Conversa delas numa triste tarde de derrota...

- Estou preocupada com ela...
- O que você acha que a gente deve fazer por ela?
- A gente? Acho que nada...
- Será?
- Gente assim é perigosa... Tenho é medo dela...
- Que nada... Acho que a gente tem que ir lá.
- É?
- Sim. A gente chega lá, abre as janelas do quarto dela, acende a luz, liga o ventilador pra o ar daquele quarto circular e põe uma música.
- Uma música radiante...
- Sim. Algo que levante o astral daquele funeral. 
- Daí... A gente vai embora?
- Não... Nunca. A gente leva nossas coisas pra lá. Não vamos largar do pé dela até que ela resolva tudo.
- Mas isso não é fazer muita pressão não?
- Não. A gente vai dar energia.
- Energia?
- É energia positiva e companhia. E ajuda no que for preciso.
- É?
- É. E animar aquele lugar... lá tá ficando muito sombrio... Não suporto nem mais pisar lá. Mas a gente tem que mudar isso né? Se não como é que nós ficamos?
- Nós?
- Sim. Todas nós... A gente tem que se ajudar. Porque senão, a gente desaba, uma atrás da outra ou pior todas de uma vez, caindo no abismo...
- Não! Não quero isso pra mim, logo... pra nós.
- É...
- Eu te amo.
- Também, te amo. 
- Vamos?
- Vamos.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Cores!!!

cores!!! hoje ele me disse: "você tem que colocar cores!!!"
"sim! mas é claro, porque não pensei nisso antes?"

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Quero ir a um parque de diversões

Quero ir a um parque de diversões
a noite
Para ver somente suas luzes
na escuridão

Quero girar em círculos
em quadrados, retângulos e triângulos
Luzes, tontura, movimentos

Pequeninas luzes
Meu corpo no ar
na escuridão
entre as luzes

Foi assim que conheci João

A primeira vez que vi João foi numa manhã de domingo,
assim que me mudei pr'aquela cidade
Ele estava perto da estação de metrô
tocando seu violão, rasgando sua voz

No mesmo dia, passei por lá umas quatro vezes
e João estava lá, sempre com a mesma música
Eu não parava para olhá-lo,
de início tinha medo dele

Se for para compará-lo a um animal,
eu o compararia a um leão,
um leão manso
talvez...

Eu evitava olhá-lo
pra ele não me olhar
Mas fixava meus ouvidos
em sua música

Passei outros domingos por lá
Ele sempre estava no mesmo lugar
Mas parecia que cada domingo
tocava uma música diferente

Resolvi ir ao cinema numa sexta a noite
com um grupo de amigos
Na esquina vejo João,
agora com uma guitarra e um amplificador

Estava acompanhado por um casal meio hippie
que tocava uns instrumentos percurssivos
Ele me olhou, olhei rapidamente pra ele,
desviei o olhar, entrei no cinema

Terminou o filme,
devia ser quase meia-noite
Passei pela esquina,
João não estava

Fomos comer alguma coisa numa pizzaria lá perto,
fizemos o pedido, sentamos à mesa
Ao olhar para o lado
vejo João

Ele estava com um grupo de amigos
Tentei a todo momento não olhar para a mesa ao lado
Chegou a pizza de chocolate
Fiquei com a boca suja

Eu o olhei, ele me olhou
Ele riu, eu ri
"Prazer, João"
"Prazer, Nina"

Foi assim que conheci João.

corpo

um corpo... fora do agora
ele vive o cansaço e a espera
desespero
suas atitudes
cansaço, espera, desespero

um corpo a espera da cerimônia
que nunca ocorre
corpo na gaiola de cristal
grotesco e gracioso
corpo que não vejo

Por que não o vejo?

Outubro

Outubro...
por que Outubro?

Por que escrevo mais em Outubro?
Por que as lágrimas surgem?
Por que o coração enrijece?
Por que a garganta seca?
Por que os ossos travam?
Por que os cabelos caem?
Por que os olhos doem?
Por que os sorrisos aumentam?
Por que o cérebro dispara?
Por que o pescoço estala mais?
Por que as pessoas saem de casa?
Por que eu fico em casa?
Por que as lâmpadas queimam?
Por que eu não gosto de nada?

Por que não gosto desse escrito?

Bola de Cristal (Mais uma pretensão dadaísta de minha parte...)

Agora sem papéis, com outra pretensão dadaísta, com palavras vindas de músicas que ouvi esta noite.

Bola de cristal
eu disse
uma passagem no tempo
um sonho de infância

Sonhos frágeis
voltam
esperanças esquecidas
corações partidos

Quando volta
o paraíso?
Caminhar
pela estrada

Por que ir?
Nomes
Tempo
Você

por Marina, numa noite de outubro podendo fazer coisas mais produtivas que pretensões de poemas dadaístas, não que eu não goste do Dadaísmo, até adoro, mas tenho muito o que fazer e ainda estou aqui enrolando o tempo...

Palavras ao vento...

Soltar as palavras
Talvez seja mais interessante
Do que encaixá-las em uma sintaxe sem nexo
Porque não há nexo no coração

Há?
No meu não há



por Marina, acho que isso é minha justificativa de estar sendo dadá hoje.

Perdidos sorrisos (uma pretensão dadaísta de minha parte...)

Com uma pretensão meio dadaísta, cheguei a tal resolução:


Vento
mar
perdidos sorrisos

Canção Sol
flores
sabem

Gritos verdes
marulho
estradas

Amar
sabor
cheiro

Caminhar espelhos
Viajar
Cantos
Olhar

Barulho
perdidos cheiros
Cinza

por Marina, numa noite atordoada de Outubro

domingo, 16 de outubro de 2011

Nublado ::: Retratos de uma viagem 3

Nublado é meu coração
como o céu deste domingo
como o cheiro desta paisagem
que limpa minha pele 
com suas lágrimas

Nublado, nuvens de algodão cinza
cabelos cinzas
roupas cinzas
unhas cinzas

Nublado, meu amor
apagado
pelo último raio
da luz antes do eclipse

Nublado, cheiro bom
de plantas verdes 
na chuva
meu coração 
na chuva
nas lágrimas do céu

por Marina Mapurunga

sábado, 15 de outubro de 2011

a dança ::: Retratos de uma viagem 2

eles dançavam naquela areia
seus corpos envolvidos pelo vento
do entardecer da praia
pareciam fazer parte da natureza

a fogueira sendo preparada
a música envolvente
as pernas
os pés
as saias, as calças
os cabelos que se misturavam

e os seus rostos... cheios de calor
de fogo, de amor
as mãos...
soltas...
de repente se uniam...

olhares que brilhavam com a luz da fogueira
lábios radiantes
corpos que pareciam estar possuídos
a música que corria em suas veias
e mexiam com seus nervos
com seus corações
cheios de desejos

dançaram a noite toda
dançamos a noite toda
até o amanhecer
até as ondas do mar acordarem nossas almas


por Marina, antes fosse numa noite de dança numa praia, mas foi numa noite em casa, com alguma lembrança de algum tempo que se foi ou que virá...

aquele som

sabe... quando aquele som te deixa sem palavras e adentra todo teu ser, toda tu'alma, que te arrepia e te deixa anestesiado? momentos que devemos buscar mais... estou indo... indo ao som... quem sabe um dia esse som não será o seu, o meu, o nosso, em algum lugar perdido por aí... quem sabe ele não está em alguma gaveta de um velho armário, talvez enterrado dentro de algum caixão que você deixou ir mas ainda está aí, pedindo pra viver... e se esse som não existir em algum lugar escondido, ele deve estar aí dentro de você... é... está, eu sei. dentro de todos nós há esse som... e não precisamos nos esforçar tanto pra ele surgir, porque ele vem quando ele quer, naturalmente...
 
por Marina, numa noite de sexta-feira de outubro

Olhos

Por que te gosto assim?
Tão distante, tão longe...
Mas perto... o olhar... sim...

Teu olhar, rápido eu olho.
Medo de fitar-te?
Medo de revelar-me a ti.
Por que?
Porque não sei quem és.
Ou sei?
Parece que só de olhar já sei quem és.
Conheço-te?
Talvez, em algum tempo bem distante...

Mistério...
gostar do mistério
dos teus olhos
olhos irmãos dos meus?
talvez, não sei.

Não posso demorar muito.
Não posso demorar meus olhos nos teus.
Ou posso?
Me permite?

Eu não me permito?

Permita-me... olhar mais...

...




por Marina, numa madrugada de outubro.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

O som do acordeon ::: Retratos de uma viagem 1

Seu acordeon...
seu som...
toda vez que estava saindo de casa
ouvia aquele som
saindo daquela janela
ia até lá
dava um tchauzinho
dizia: "bom dia!"
ele sorria sereno
soltava um beijinho
e eu ia

voltava
à noite
e lá estava ele
em seu acordeon
belo som no entardecer
eu corria para casa
guardava minhas coisas
voltava à janela dele
"boa noite!"
e o ouvia

lindo!
lindo som!
outro rapaz da janela perguntava:
"homem sem memória, oito vezes nove?"
"20?"

fora de seu acordeon tudo era escuro
mas ele irradiava luz de sons
o ruído de seus dedos tocando o acordeon
seu sorriso
seu olhar

homem sem memória?
memória é música!
queres saber quem és?
olha tuas mãos!



por Marina Mapurunga

domingo, 9 de outubro de 2011

viajo

decidi... arrumar as malas
não sei se voltarei a escrever...
gosto de escrever
mas não sei se a viagem me dará oportunidade a isso

estou hoje, mudando todas as tralhas
todas gambiarras e cacarecos
deixando muitas coisas boas aqui

para ter uma boa viagem
temos que largar muitas coisas
muitas pessoas

isso não quer dizer que deixarei
de ser amiga dos meus amigos
todos estão aqui na memória,
no peito frágil, mas aquecido

achava que eu era ríspida
mas vi que nem tanto
achava que não amava
mas eu amo

a chuva me chama
para chorar e rir junto a ela
os pássaros fogem de nós
mas as plantas brincam conosco
assim como brincamos com elas

brincar
amar
viver
sorrir
viajar
para
um
lugar
especial
onde
eu
possa
me
desculpar
onde
eu
possa
ser
eu

enfim
viajo
porque
preciso,
voltar
não
sei
.

antes eu em teu lugar

machuca mais em mim
quando machuco alguém que não quero machucar
antes eu em teu lugar do que como está.

palavras cortam
olhares rasgam

vedar-me-ei a ti
não queria
mas depois 
de sentir 
a força 
das 
tuas 
palavras
ver-te é apunhalar-me

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Ser humano

ser humano
ser louco
ser hipnótico 
ser em transe
ser sem ser
ser nada
ser tudo
ser sem limite
ser confuso
ser só 

humano louco hipnótico em transe sem nada tudo sem limite confuso só humano louco hipnótico em transe sem nada tudo sem limite confuso só humano louco hipnótico em transe sem nada tudo sem limite confuso só humano louco hipnótico em transe sem nada tudo sem limite confuso só humano louco hipnótico em transe sem nada tudo sem limite confuso só humano louco hipnótico em transe sem nada tudo sem limite confuso só humano louco hipnótico em transe sem nada tudo sem limite confuso só humano louco hipnótico em transe sem nada tudo sem limite confuso só humano louco hipnótico em transe sem nada tudo sem limite confuso só humano louco hipnótico em transe sem nada tudo sem limite confuso só humano louco hipnótico em transe sem nada tudo sem limite confuso só humano louco hipnótico em transe sem nada tudo sem limite confuso só humano louco hipnótico em transe sem nada tudo sem limite confuso só humano louco hipnótico em transe sem nada tudo sem limite confuso só humano louco hipnótico em transe sem nada tudo sem limite confuso só humano louco hipnótico em transe sem nada tudo sem limite confuso só humano louco hipnótico em transe sem nada tudo sem limite confuso só humano louco hipnótico em transe sem nada tudo sem limite confuso só humano louco hipnótico em transe sem nada tudo sem limite confuso só humano louco hipnótico em transe sem nada tudo sem limite confuso só humano louco hipnótico em transe sem nada tudo sem limite confuso só humano louco hipnótico em transe sem nada tudo sem limite confuso só humano louco hipnótico em transe sem nada tudo sem limite confuso só humano louco hipnótico em transe sem nada tudo sem limite confuso só humano louco hipnótico em transe sem nada tudo sem limite confuso só humano louco hipnótico em transe sem nada tudo sem limite confuso só humano louco hipnótico em transe sem nada tudo sem limite confuso só humano louco hipnótico em transe sem nada tudo sem limite confuso só humano louco hipnótico em transe sem nada tudo sem limite confuso só humano louco hipnótico em transe sem nada tudo sem limite confuso só humano louco hipnótico em transe sem nada tudo sem limite confuso só humano louco hipnótico em transe sem nada tudo sem limite confuso só humano louco hipnótico em transe sem nada tudo sem limite confuso só humano louco hipnótico em transe sem nada tudo sem limite confuso só humano louco hipnótico em transe sem nada tudo sem limite confuso só humano louco hipnótico em transe sem nada tudo sem limite confuso só humano louco hipnótico em transe sem nada tudo sem limite confuso só humano louco hipnótico em transe sem nada tudo sem limite confuso só humano louco hipnótico em transe sem nada tudo sem limite confuso só humano louco hipnótico em transe sem nada tudo sem limite confuso só humano louco hipnótico em transe sem nada tudo sem limite confuso só humano louco hipnótico em transe sem nada tudo sem limite confuso só humano louco hipnótico em transe sem nada tudo sem limite confuso só humano louco hipnótico em transe sem nada tudo sem limite confuso só humano louco hipnótico em transe sem nada tudo sem limite confuso só humano louco hipnótico em transe sem nada tudo sem limite confuso só humano louco hipnótico em transe sem nada tudo sem limite confuso só humano louco hipnótico em transe sem nada tudo sem limite confuso só humano louco hipnótico em transe sem nada tudo sem limite confuso só humano louco hipnótico em transe sem nada tudo sem limite confuso só humano louco hipnótico em transe sem nada tudo sem limite confuso só humano louco hipnótico em transe sem nada tudo sem limite confuso só humano louco hipnótico em transe sem nada tudo sem limite confuso só humano louco hipnótico em transe sem nada tudo sem limite confuso só humano louco hipnótico em transe sem nada tudo sem limite confuso só humano louco hipnótico em transe sem nada tudo sem limite confuso só humano louco hipnótico em transe sem nada tudo sem limite confuso só 


Marina
em out/2011

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Chapeuzinho Vermelho

pintura por John Everett Millais
Das mãos dela jorrava sangue
Um sangue de vermelho forte
Vermelho da paixão
Vermelho da cor de seus lábios
Vermelho da cor de seus sapatos
Vermelho da cor de sua presilha de cabelo

Das mãos dela jorrava sangue
Um sangue de vermelho quase vinho
Vermelho do sofrimento dela
Vermelho da tristeza de outros
Vermelho de seu capuz
Vermelho da dor no peito
da dor nos olhos
olhos que não querem ver
o que suas mãos fizeram.






por Marina Mapurunga
em out/2011

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

O tempo... ele te prende ou ele te move?

O tempo... ele te prende ou ele te move?

(breve frase que veio repentinamente em minha mente esta noite)

noite de 3 de out de 2011
Nina.

Em outro tempo

Febre
Calafrio
Zumbido
Dor de cabeça
Tontura
Desmaio

Desmaio
em maio
num ano antigo
passado

Ano que deveria ter nascido
mas ainda não havia chegado
havia me perdido
em outras galáxias
em outras dimensões
perdi o tempo
perdi a hora
mas nasci em um tempo
que pude ainda te ver
e te ter ao meu lado
não era tarde
não é tarde
é alguma hora,
agora?
ou nunca?
distante?
ou perto?
mais perto.


por Marina Mapurunga 
em Out/2011

domingo, 2 de outubro de 2011

00:53

Quem era você?
Já nem sei,
te vejo agora e não consigo lembrar de como você era.
Cadê você? Cadê eu?

O reflexo no vidro me mostra alguém que não conheço
Quem é você?
E você responde:
- Ninguém. Acho que me perdi. 
E você me pergunta:
- Mas e você, quem é você?
Eu digo:
- Eu sou... acho que me perdi. Acho que sou você. 
E você diz:
- Mas eu não sei quem sou.
E eu digo:
- É... sou mesmo você.

Te odeio.
Te amo.
Te odeio.
Te amo.
Reticências em ciclo... 
Reticências em ciclo trazem caos, levam caos, bebem caos, comem caos, cheiram caos, expiram caos, exalam caos, circulam-se caos, caos, caos

Explosão.

Explosão no meu ego, no meu super ego, no meu id, no meu ... no meu.. no meu. no meu no me no m no n


Por Marina Mapurunga -AnimulA-
inverno/2011

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

volta

volta. 
um desejo azul claro do céu sem nuvens 
outro desejo amarelo queimado de uma estrada infinita.


volta. um cheiro de mata verde 
outro cheiro de café torrado na calçada da casa de nossa avó.


volta. um canto de um pássaro veloz 
outro canto vindo do casarão branco de frente de onde morávamos.


volta. um sabor de jaboticaba no quintal da tia 
outro sabor de brigadeiro com cachaça da vovó.


volta. um som de pifano saindo da bodega 
outro som do fogo do fogão a lenha no canto da cozinha.


volta. 
nostalgia. 
volta. 
amor. 
melodia. 
volta. 
sons. 
cheiros. 
sabores. 
encantos. 
licores.


volta.




por Marina Mapurunga
set/2011




por Marina Mapurunga

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Energéticos num corpo que morre

Meu corpo, ofegante

falta de ar

quem?

meu corpo

meu coração

minha visão

mortos.

risos, agonizantes.

sorrisos sinceros,
mas cheios de dor

fadiga

respiração mais tensa

pulsação rápida

energéticos
num corpo pré-morto

estômago, intestino
corroídos

amargo
refluxo

ar? onde?

onde está o ar?

respira, respira

energéticos num
corpo que morre

interior, exterior
energia, restos

restos internos
energia no corpo

mas os olhos não mentem
olheiras
sonolência

por dentro desaba
por fora corre

e a alma onde está?

presa
presa nas presas do
meu corpo.


por Marina Mapurunga
em set/2011









segunda-feira, 29 de agosto de 2011

O Retorno ao meu Céu Estranho

Retorno ao meu céu de um azul estranho
Um azul nem vivo nem morto
Um azul meio termo
O meu azul
Um azul nulo

Retorno ao céu 
de fim de tarde
de início de noite

O céu da tristeza reflexiva
O céu da melancolia
O céu da melodia que se inicia em si bemol

O céu da cidade onde nasci
O céu do meu amor
Amor nulo, rachado, afogado

Retorno a este céu
Céu bonito, céu estranho
Céu que me afoga 
na minha própria chuva
de águas salgadas

O céu da reflexão,
não é claro, nem escuro
Vê-se luzes pintadas sobre ele
mas ele diz que não precisa delas
porque ele ainda ilumina,
ilumina uma mente escura,
a minha.


Mari
Abril/2009

Presente de Ére

"Meu canto" by Marina Mapurunga
E ele... ele tem medo do amor dele
porque ela é forte
e o coração dela irradia de encanto e magia

Mas ela... ela não tem mais medo do amor dela
porque já sofreu muito de amor
e já negou o amor,
e depois percebeu que negar o amor
só lhe tornava uma pessoa vazia.
Ela continua caminhando de cabeça erguida,
sabendo que o amor está acima de todos,
no azul do céu.

E ele, continua um homem vazio.

domingo, 28 de agosto de 2011

Nato

Nato, nato, natu
meu amor,
nato, nato, natur
meu amado
nato, nato, nature
minha amada
nato, nato, naturez
nosso amor,
nato, nato, natureza
te amo.

Meu amor dura...

Meu amor dura o tempo da tua música,
a tua música dura o tempo das batidas do meu coração,
meu coração baterá sempre!

Ere.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Num mar de sonhos...

Num mar de sonhos
estava eu a nadar
de repente alguém a nadar me fitou
e me disse poucas palavras
continuei meu nado

Mar... mar...

Num mar de sonhos
estava eu a nadar
de repente me recordei
do alguém que me dissera
poucas palavras e pensei
que belas palavras foram ditas a mim

Mar... mar...

Num mar de sonhos
estava eu a nadar
de repente encontrei
o mesmo alguém... que nome? Oito
Oito me encantou

Num mar de sonhos
encontrei Oito
o canto do mar,
as ondas, o cheiro das águas
um ritual, batidas,
coração,
olhos,
mar
céu
imensidão

Oito nadou
Eu nadei
Nadamos
por uma boa parte desse marzão
Um abraço sincero
junto com o mar

E as águas do Mar íam me envolvendo
correnteza
força do Mar
Bravo Mar

Fui para um lado
fui para o outro
já não sabia nadar
já não sabia nada
já não avistava Oito
e o mar então
me cuspiu
na areia
nas pedras
em terra
em terra de realidades...

Você não eu não você

Volto, então, a escrever
por me atormentar
novamente
Meu sono
tão tranquilo e sereno
morre aqui
Você
não mais
Você
não
Estranho
Eu não  mais
eu

Você
não
eu
não
você

Finito

Você pôde me dizer
que havia um choro distante
a espera,
a espera,
durante muito tempo...

Nada.
A espera de nada.

Entre aquela escuridão pude te ver
sorrindo
perspicaz
loucura
psicose
doença
crise
choro
pavor
sangue
morte
tu
eu
não
eles
ele
aquele

Para um amor

Adeus meu amor,
vou-me embora
para longe de você
para uma praia
onde não possa me encontrar
onde não possa me ver
onde não possa me ouvir

onde a saudade não irá me afetar
onde não haverá lágrimas de amor

Onde eu possa navegar nas ondas do meu Mar
e sentir suas águas perfurarem meu corpo
onde eu possa sentir a brisa do vento
sussurrando em meu ouvido belos sons
onde eu possa dormir nos braços das árvores
falando a elas coisas bobas da vida

Sentirei o calor do Sol em meu rosto
Sentirei os raios da Lua na noite profunda
Não sentirei mais , não sentirei sua falta
Estarei lá, onde não me encontrará
Estarei em 4° 6' 15" S, 81° 2' 45" W

Para outro amor, que não é amor

Adeus meu amor,
vou-me embora
para longe de você
para outro universo
onde não  possa me encontrar
onde não possa me ver
onde não possa me ouvir

onde teu ódio não irá me afetar
onde não  haverá temor

Onde eu possa navegar livremente
e sentir as águas do Mar
onde eu possa cantar
e me unir as outras pessoas
onde eu possa fazer tudo que quero
sem ter hora, nem preocupação

Sentirei o Sol
Sentirei a Lua
Sentirei as árvores
Sentirei o vento
Sentirei os outros
Sentirei o mundo
sem você

domingo, 21 de agosto de 2011

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Antonio

Hoje, foi nosso primeiro encontro, numa loja de coisas usadas
Ele estava ali, abandonado, solitário, dentro de um caixão
Havia muitas cicatrizes em sua pele
Muito havia sofrido
Muito havia vivido

O   seu som...
lindo
Ele...
lindo

Encantei-me

Mas será que devo retornar?
Há milhões no mundo...
Sem tantas cicatrizes...
Restaurá-lo, poderá me custar caro...
Ele não era mais o original,
havia sido mexido e remexido...

Quantos já lhe tocaram?
Qual a sua história?
Muitas marcas...
Anos... muitos anos...
Vindo de outro país...

Para mim, isso é bom...
Mas as marcas... não sei...
São muitas marcas...
Ele parece estar doente,
devo deixá-lo lá, abandonado?
devo trazê-lo ao meu lar,
cuidar de seus ferimentos
e dividir minha vida com ele?

Não sei... uma dúvida é lançada a mim.
Há muitos outros que possam talvez ser melhores que ele
Mas esse não é o problema...
o problema é que ele me encantou.

domingo, 14 de agosto de 2011

Vazio

Nenhuma palavra,
mãos dadas, unhas sujas,
olhos lacrimosos,
boca seca,
indiferença.

Vazio.

Ruas escuras,
nenhum caminho,
nenhuma cor,
nenhuma graça,
nada.


Marina
ago/2011

sábado, 6 de agosto de 2011

Retratos de uma tarde















Retratos de uma tarde

Teu som
Teu calor
Teu suor

O sol
do fim de tarde
O vôo
As águas

O cachorro na grama
Tua sombra
O brilho do sol nas águas
nos teus olhos

O tchauzinho de uma criança ao longe
As remadas fluem
Movimento nas águas
Os sorrisos
Os olhares
Ao longe
As mãos na testa... "será que conseguiremos vê-lo?"
A mangueira do quintal da casa
Teu cachorro
As cores da tua roupa
Um beijo solto no ar
As árvores
Hum... cheiro de mata!
O bote
Os remos
Tuas mãos
Água
Cheiros
Cheiros que se misturam
Natureza
Suor
Café

domingo, 12 de junho de 2011

Vida

A cada dia eu me impressiono mais com esse mundo... Mas me impressiono positivamente. E vejo como ele é engraçado... Às vezes a gente tá no ponto A, passa pelo ponto B, C, D... da vida. Até voltarmos ao ponto A de partida. Mas essa partida não é mais uma partida, é uma chegada. Não quero dizer que devemos voltar ao passado, porque ele não existe. O tempo é um só. Não há passado, presente e futuro, há a vida. Essa chegada não é o ponto A do passado, mas o ponto que você retorna com um olhar mais maturo e vê que você teve que passar até o ponto Z para voltar ao ponto A porque você já não é você, você agora tem mais camadas de vida, você é uma espécie de outro.


Marina
outubro/2010

domingo, 29 de maio de 2011

10 a.m.

Na estrada sigo,
céu nublado,
carro quente,
sem ar.

Abro os vidros,
o vento
cospe em meus ouvidos,
parece ser chato,
mas não é.

Ao lado, você
com a boca enconstada no ombro,
com a barba mal feita,
babando feito um bebê,
parece ser feio,
mas não é.

Sede, água,
não há música,
acho que devo lhe acordar.
Bato em seu braço,
agora há música.

Te amo.






Marina
fev/2011

sexta-feira, 27 de maio de 2011

5 p.m

Estava na estrada.
Sentada exatamente no banco detrás.
Sentia o vidro gelado do carro na palma da minha mão.
Uma mão que dizia adeus
Adeus ao que se passou.
Adeus àquele pôr do sol tão belo.
Adeus àqueles dias frios e calorosos.
E o sol se ía...
...Ía embora levando a minha voz.

Marina
em fev/2011

segunda-feira, 7 de março de 2011

O vento ao soprar as folhas da árvore da casa do vizinho.

Hoje, Jasha me fez olhar para a janela e sentir uma felicidade que a um tempo não sentia. Coisas simples me fazem feliz.