segunda-feira, 29 de agosto de 2011

O Retorno ao meu Céu Estranho

Retorno ao meu céu de um azul estranho
Um azul nem vivo nem morto
Um azul meio termo
O meu azul
Um azul nulo

Retorno ao céu 
de fim de tarde
de início de noite

O céu da tristeza reflexiva
O céu da melancolia
O céu da melodia que se inicia em si bemol

O céu da cidade onde nasci
O céu do meu amor
Amor nulo, rachado, afogado

Retorno a este céu
Céu bonito, céu estranho
Céu que me afoga 
na minha própria chuva
de águas salgadas

O céu da reflexão,
não é claro, nem escuro
Vê-se luzes pintadas sobre ele
mas ele diz que não precisa delas
porque ele ainda ilumina,
ilumina uma mente escura,
a minha.


Mari
Abril/2009

Presente de Ére

"Meu canto" by Marina Mapurunga
E ele... ele tem medo do amor dele
porque ela é forte
e o coração dela irradia de encanto e magia

Mas ela... ela não tem mais medo do amor dela
porque já sofreu muito de amor
e já negou o amor,
e depois percebeu que negar o amor
só lhe tornava uma pessoa vazia.
Ela continua caminhando de cabeça erguida,
sabendo que o amor está acima de todos,
no azul do céu.

E ele, continua um homem vazio.

domingo, 28 de agosto de 2011

Nato

Nato, nato, natu
meu amor,
nato, nato, natur
meu amado
nato, nato, nature
minha amada
nato, nato, naturez
nosso amor,
nato, nato, natureza
te amo.

Meu amor dura...

Meu amor dura o tempo da tua música,
a tua música dura o tempo das batidas do meu coração,
meu coração baterá sempre!

Ere.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Num mar de sonhos...

Num mar de sonhos
estava eu a nadar
de repente alguém a nadar me fitou
e me disse poucas palavras
continuei meu nado

Mar... mar...

Num mar de sonhos
estava eu a nadar
de repente me recordei
do alguém que me dissera
poucas palavras e pensei
que belas palavras foram ditas a mim

Mar... mar...

Num mar de sonhos
estava eu a nadar
de repente encontrei
o mesmo alguém... que nome? Oito
Oito me encantou

Num mar de sonhos
encontrei Oito
o canto do mar,
as ondas, o cheiro das águas
um ritual, batidas,
coração,
olhos,
mar
céu
imensidão

Oito nadou
Eu nadei
Nadamos
por uma boa parte desse marzão
Um abraço sincero
junto com o mar

E as águas do Mar íam me envolvendo
correnteza
força do Mar
Bravo Mar

Fui para um lado
fui para o outro
já não sabia nadar
já não sabia nada
já não avistava Oito
e o mar então
me cuspiu
na areia
nas pedras
em terra
em terra de realidades...

Você não eu não você

Volto, então, a escrever
por me atormentar
novamente
Meu sono
tão tranquilo e sereno
morre aqui
Você
não mais
Você
não
Estranho
Eu não  mais
eu

Você
não
eu
não
você

Finito

Você pôde me dizer
que havia um choro distante
a espera,
a espera,
durante muito tempo...

Nada.
A espera de nada.

Entre aquela escuridão pude te ver
sorrindo
perspicaz
loucura
psicose
doença
crise
choro
pavor
sangue
morte
tu
eu
não
eles
ele
aquele

Para um amor

Adeus meu amor,
vou-me embora
para longe de você
para uma praia
onde não possa me encontrar
onde não possa me ver
onde não possa me ouvir

onde a saudade não irá me afetar
onde não haverá lágrimas de amor

Onde eu possa navegar nas ondas do meu Mar
e sentir suas águas perfurarem meu corpo
onde eu possa sentir a brisa do vento
sussurrando em meu ouvido belos sons
onde eu possa dormir nos braços das árvores
falando a elas coisas bobas da vida

Sentirei o calor do Sol em meu rosto
Sentirei os raios da Lua na noite profunda
Não sentirei mais , não sentirei sua falta
Estarei lá, onde não me encontrará
Estarei em 4° 6' 15" S, 81° 2' 45" W

Para outro amor, que não é amor

Adeus meu amor,
vou-me embora
para longe de você
para outro universo
onde não  possa me encontrar
onde não possa me ver
onde não possa me ouvir

onde teu ódio não irá me afetar
onde não  haverá temor

Onde eu possa navegar livremente
e sentir as águas do Mar
onde eu possa cantar
e me unir as outras pessoas
onde eu possa fazer tudo que quero
sem ter hora, nem preocupação

Sentirei o Sol
Sentirei a Lua
Sentirei as árvores
Sentirei o vento
Sentirei os outros
Sentirei o mundo
sem você

domingo, 21 de agosto de 2011

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Antonio

Hoje, foi nosso primeiro encontro, numa loja de coisas usadas
Ele estava ali, abandonado, solitário, dentro de um caixão
Havia muitas cicatrizes em sua pele
Muito havia sofrido
Muito havia vivido

O   seu som...
lindo
Ele...
lindo

Encantei-me

Mas será que devo retornar?
Há milhões no mundo...
Sem tantas cicatrizes...
Restaurá-lo, poderá me custar caro...
Ele não era mais o original,
havia sido mexido e remexido...

Quantos já lhe tocaram?
Qual a sua história?
Muitas marcas...
Anos... muitos anos...
Vindo de outro país...

Para mim, isso é bom...
Mas as marcas... não sei...
São muitas marcas...
Ele parece estar doente,
devo deixá-lo lá, abandonado?
devo trazê-lo ao meu lar,
cuidar de seus ferimentos
e dividir minha vida com ele?

Não sei... uma dúvida é lançada a mim.
Há muitos outros que possam talvez ser melhores que ele
Mas esse não é o problema...
o problema é que ele me encantou.

domingo, 14 de agosto de 2011

Vazio

Nenhuma palavra,
mãos dadas, unhas sujas,
olhos lacrimosos,
boca seca,
indiferença.

Vazio.

Ruas escuras,
nenhum caminho,
nenhuma cor,
nenhuma graça,
nada.


Marina
ago/2011

sábado, 6 de agosto de 2011

Retratos de uma tarde















Retratos de uma tarde

Teu som
Teu calor
Teu suor

O sol
do fim de tarde
O vôo
As águas

O cachorro na grama
Tua sombra
O brilho do sol nas águas
nos teus olhos

O tchauzinho de uma criança ao longe
As remadas fluem
Movimento nas águas
Os sorrisos
Os olhares
Ao longe
As mãos na testa... "será que conseguiremos vê-lo?"
A mangueira do quintal da casa
Teu cachorro
As cores da tua roupa
Um beijo solto no ar
As árvores
Hum... cheiro de mata!
O bote
Os remos
Tuas mãos
Água
Cheiros
Cheiros que se misturam
Natureza
Suor
Café