sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

menino com olhos de céu

ele chegou com sua caixinha de som,
deitou sobre o gramado,
olhou para o céu,
pensou em como tudo aquilo era tão lindo,
não quis pensar no tempo,
tempo que lhe restava,
o tempo pra ele não existia naquele momento,
o que existia era aquele momento.
olhar para o céu,
deitar na grama,
ouvir suas músicas favoritas na velha caixinha de som,
respirar, sentir o ar entrando em seu corpo,
preenchendo vazios que o mundo tinha lhe deixado,
sentir o cheiro da mata,
os dedos fincados no verde molhado,
as nuvens de algodão-doce sobre seus olhos,
a brisa sussurrante que vinha de longe lhe cantar melodias efêmeras.
ele sentia tudo aquilo, naquele instante, naqueles milésimos de segundo.
ele amava, amava sentir o que estava sentindo.
seus olhos,
olhos de céu,
olhos que refletiam nuvens,
não se fecharam nunca mais.


marina.

em um janeiro quente com brisas longínquas.

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