quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Quando o mar invade...



E então... a maré enche...
Enche... enche... enche...
Enche... enche...
enche... enche...
invade
Invade meu lar
com seu sal
sal sal sal sal...
que se mistura com o sal que sai
que sai
que sai de meus olhos


É preciso navegar...
desatar os nós
das cordas
presas
no lar


Lar?
Não há lar...
O lar foi invadido...
Invadido e torturado
Despedaçado
Falsos lares...
Lares são passageiros
Somos eternos navegantes
de outros tempos
desse tempo
de nenhum tempo


Vazio?


Não.
Por um instante, há o vazio
Vazio dentro de nós
Que o preenchemos de sal
sal sal sal sal sal
dos mares que invadem o lar
sal das lágrimas derramadas por nós.




Marina.
Em janeiro de 2012.

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